Vespa: Como uma scooter se tornou estilosa

Mais de 16 milhões de scooters Vespa já foram fabricadas em treze países e vendidas ao redor do mundo. Quando ele viu o protótipo encomendado a Corradino D’Ascanio, um distinto engenheiro aeronáutico, o industrial Enrico Piaggio exclamou: “Parece uma vespa!” Poucos meses após o lançamento mais recente da Piaggio entrar em produção em 1946, o idioma italiano já possuía um novo verbo: “vespare”, que significa “ir a algum lugar em uma Vespa”.

A Vespa de D’Ascanio era sedutora. Ela era também barata e confiável. O formato do seu chassi que apresentava uma área média rebaixada, significava que as mulheres podiam pilotar com saias. O seu motor oculto – escondido embaixo do assento ou sobre a pequena roda traseira – mantinha óleo, graxa e sujeira longe das roupas chiques dos italianos.

Mais do que um meio de transporte, a Vespa – que também tem o roncar do motor que soa como o inseto – é divertida. No pós-guerra, a Itália ainda se recuperava da destruição deixada pela tropa dos aliados e se voltava para a produção de máquinas modestas para um mercado doméstico que ansiava por entretenimento, mas não tinha muito dinheiro para gastar.

As mulheres certamente adoravam a Vespa. Dizem que sua aparição na comédia romântica de 1953, A princesa e o plebeu, estrelando Audrey Hepburn e Gregory Peck, gerou mais de 100.000 Vespas vendidas. Talvez fosse. O glamouroso casal de Hollywood dava giros despreocupados pela cidade de Roma em uma das scooters com muito estilo. O público queria fazer o mesmo.

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Outras aparições em filmes se seguiram, fornecendo mais campanhas publicitárias gratuitas para a pequena scooter da Piaggio. De Angie Dickinson, magnificamente deslumbrante em sua Vespa em “Jessica”, um filme siciliano de 1962, à Gwen Stefani, pilotando uma Vespa no videoclipe de 2007 “Now That You Got It”, as mulheres têm sido tão importantes para o mito e sucesso da Vespa quanto os homens. O papel masculino foi defendido de várias formas também, tais como através dos Mods arruaceiros em “Quadrophenia” de 1979, através do Matt Damon em “O talentoso Ripley”, de 1999, e pelo caprichoso cineasta italiano Nanni Moretti em “Caro Diairio” de 1993.

Como os preços dos combustíveis subindo em todo o mundo, o deslocamento urbano se tornando cada vez mais engarrafado, e os espaços de estacionamento menores, mais pessoas passaram a usar as scooters. E, apesar dos rivais ambiciosos ao longo dos anos, a Vespa está no topo das pesquisas desde que foi para as ruas pela primeira vez sobre um par de minúsculas rodas de aço prensado.

Embora pensada como essencialmente italiana, a ideia para a motoneta que conhecemos tão bem surgiu aos ex-engenheiros aeronáuticos italianos enquanto eles assistiam aeronaves militares dos EUA soltarem pequenas scooters “Cushman Airbornes” verde-azeitona equipadas com paraquedas, para tropas no centro industrial de Milão durante a guerra. Fabricada em Nebraska, a Cushman Airborne – uma scooter esquelética de aço – permitiu que as tropas aliadas se deslocassem melhor pelos escombros das cidades.

Usando habilidades e materiais retirados da indústria aeronáutica, D’Ascanio criou a Vespa a partir dessa idéia de moto, porém bonita e de fácil deslocamento. Parecida com um brinquedo, mas engenhosa, a Vespa fez sua estreia publica na feira de design de Milão de 1946, um ano antes da Lambretta, uma scooter semelhante lançada pelos engenheiros aeronáuticos Cesare Pallavicino e Pier Luigi Torre, concorrentes de D’Ascanio.

Várias scooters concorrentes surgiram da Alemanha, enquanto o Japão produziu o Fuji Rabbit, que, como a Vespa, também estreou em 1946. A Grã-Bretanha também entrou na concorrência. Quem agora se lembra da Triumph Tigress de dois cilindros, rápida, de manuseio leve, projetada por Edward Turner em 1958? Infelizmente, embora pudesse correr até 113 km/h, a Tigress exigia constante rebaixamento e bolsos cheios de chaves de fenda e chaves inglesas.

Foi na Grã-Bretanha através dos Mods, pilotando scooters personalizadas – suas roupas protegidas por excedentes de parkas do exército, originalmente projetados para manter os soldados americanos aquecidos durante a Guerra da Coréia – que deram à Vespa uma aparência surpreendente ameaçadora. Foi durante os feriados bancários da década de 1960 que os Mods invadiram as estâncias balneares inglesas, no estilo Quadrophenia, em enxames de scooters vibrantes e acabavam em verdadeiras brigas de gangue contra os Rockers em suas motos. Depois da Itália, a Grã-Bretanha despontou como o segundo maior mercado da Vespa no mundo.


Em 2013, a Piaggio lançou seu modelo 946, uma scooter belíssima que remete ao estilo da original de D´Ascanio. Essa, porém, possui quatro vezes a potência e a robusta frenagem ABS além de controle de tração. Mais significativamente, a publicidade mostra jovens glamourosas com roupas de alta costura posando e andando de scooter por Roma. A diferença entre elas e a princesa de Audrey Hepburn de sessenta anos atrás, no entanto, é significativa: elas estão a caminho do trabalho, não em um passeio de férias. Com um design que exala charme e estilo italiano, a Vespa continuará marcando presença pelas ruas das cidades por muitos anos.

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Posted on: 22/05/2020

2 respostas para “Vespa: Como uma scooter se tornou estilosa”

  1. Linda, linda, e a fama segue em frente!!!
    Se eu ganho uma hein?
    Fala mais dessa VESPA!?
    É de deixar o queixo caído, ufa!!!
    Maravilhosas, por isso existem ainda que já se passaram setenta e poucos anos de existência.
    Cores, e modelos extraordinários.
    A minha seria essa ai, se decidirem me presentear, eu já me entreguei ao gostar dessa lindona!
    Não se esqueçam de mim por favor!!!

  2. Olá! Eu comprei uma vespa pelo site vespa Brasil há quase 3 meses. Não recebi. Alguém que comprou assim já recebeu? Obrigado

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